terça-feira, 28 de abril de 2009

Série - Casas que eu amo 01





Esta é a belíssima casa do casal Lia e Haraldo Freudenberg em Curitiba. Os momentos que passei nesta casa são experiências sensoriais, todos envoltos numa atmosfera onírica, daquelas sentidas ao visitar obras de arte e ao mesmo tempo compartilhar a vida, o cotidiano: o tilintar de xícaras de chá numa tarde de inverno, conversas deliciosas em meio a livros, projetos, papéis e amigos em outra tarde de inverno, o entardecer e a luz se transformando e transformando o espaço e algumas outras. Tenho vontade de fazer um levantamento detalhado, com muitos desenhos e fotos, fazer um registro de qualidade, pois várias soluções (na estrutura, vedações, esquadrias, etc) são muito boas. Quero voluntários (homens e mulheres determinados e sensíveis)! O rigor construtivo é notável: não existe, por exemplo recortes nos ladrilhos e nos azulejos. Não tenho dúvida de que a técnica constitui ferramenta fundamental para se conseguir qualidade do espaço construído. Com domínio progressivo da técnica, a arquitetura - posto que é arte - transcende a própria técnica: emociona, faz pensar, arrepia, as vezes choca, acolhe, transforma.

“não há concepção sem técnica, nem projeto sem matéria”
(PIÑÓN, 2006, p.126)

quinta-feira, 23 de abril de 2009

verdade




A filosofia pragmatista salienta que qualquer idéia tem validade apenas se trouxer alguma contribuição para a vida das pessoas. Ao investigar a verdade ou a falsidade de uma proposição, a pergunta que, segundo JAMES (2006, p. 20) deveríamos fazer é: “que diferença concreta, em sendo verdade, fará em qualquer vida atual de alguém?” E se isso é o que significa a verdade, então é evidente que uma proposição não deve ser tida como verdadeira no momento em que é feita; somente podemos tê-la como verdadeira depois que suas conseqüências particulares tenham ocorrido na experiência futura de alguém. Isso é o que devemos entender na insistência de Willian James a respeito de que “a verdade de uma idéia não é uma propriedade estagnada que lhe seja inerente. A verdade acontece a uma idéia.” Uma idéia torna-se verdadeira, é feita verdadeira, pelos acontecimentos. A verdade é, portanto, um processo de descoberta.

Fotografias: Mosteiro de La Tourette, situado na cidadezinha de L'Arbresle no interior da França. Projeto de Le Corbusier, 1950. Fotografias: Andrea Berriel, 2004.

segunda-feira, 20 de abril de 2009

experiência


[...] fazer uma experiência com algo significa que algo nos acontece, nos alcança, que se apodera de nós, que nos tomba e nos transforma. Quando falamos em “fazer” uma experiência, isso não significa precisamente que nós a façamos acontecer, “fazer” significa aqui: sofrer, padecer, tomar o que nos alcança receptivamente, aceitar, à medida que nos submetemos a algo. Fazer uma experiência quer dizer, portanto, deixar-nos abordar em nós próprios pelo que nos interpela, entrando e submetendo-nos a isso. Podemos ser assim transformados por tais experiências, de um dia para o outro ou no transcurso do tempo. (HEIDEGGER 1987, p. 143)

quinta-feira, 16 de abril de 2009

conhecimento


“Evidência objetiva e certeza são, sem dúvida, ideais muito bons para se trabalhar, mas onde neste planeta iluminado pela lua e visitado pelos sonhos são encontrados? Sou pessoalmente, portanto, um completo empirista no que tange à minha teoria do conhecimento. Vivo, de fato, de acordo com a fé prática de que devemos seguir experimentando e refletindo sobre nossa experiência, pois só assim nossas opiniões podem se tornar mais verdadeiras”
William James (2001, p.26)

quinta-feira, 2 de abril de 2009

Cor, alegria e criatividade _ UFPR Charrete 2007
























As legendas das duas últimas fotos são as seguintes:
Da esquerda para a direita os arquitetos: Henrique Fina, Lóris Guesse, Josilena MZ Gonçalves (em pé), Andrea Berriel, Joel Ramalho e Haraldo Freudenberg que compuseram a banca que avaliou os trabalhos.
Professora Andrea Berriel, ao lado do Engenheiro Hélio Olga e do Arquiteto Henrique Fina – Setembro de 2007

Recebi o e-mail abaixo da professora Madianita e ela me autorizou a posta-lo aqui. Imediatamente me lembrei da nossa Charrete em 2007 e como os espaços aqui ficaram coloridos, alegres e criativos naqueles dias.

“Bom dia Andrea!

Que legal, dei uma passeada pelo blog
Adorei a iniciativa
Gostei muito dos trabalhos,
da descontração do canal de bate-papo,
e ao mesmo tempo da seriedade de seu propósito,
enfim, da idéia de um espaço de discussão sério e alegre ao mesmo tempo...
temos mesmo que usar a tecnologia disponível para nos comunicarmos com mais competência...
além disso, é preciso que sejamos capazes de construir espaços de troca entre alunos e professores marcados acima de tudo pela alegria, criatividade e leveza
Gostei muito.

"A atividade docente de que a discente não se separa é uma experiência alegre por natureza. É falso também tomar como inconciliáveis seriedade docente e alegria, como se a alegria fosse inimiga da rigoridade. Pelo contrário, quanto mais metodicamente rigoroso me torno na minha busca e na minha docência, tanto mais alegre me sinto e esperançoso também. A alegria não chega apenas no encontro do achado mas faz parte do processo de busca. E ensinar a aprender não podem dar-se fora da procura, fora da boniteza e da alegria."
Paulo Freire, Pedagogia da Autonomia: saberes necessários à prática educativa

Bjs
Madianita”