terça-feira, 28 de abril de 2009

Série - Casas que eu amo 01





Esta é a belíssima casa do casal Lia e Haraldo Freudenberg em Curitiba. Os momentos que passei nesta casa são experiências sensoriais, todos envoltos numa atmosfera onírica, daquelas sentidas ao visitar obras de arte e ao mesmo tempo compartilhar a vida, o cotidiano: o tilintar de xícaras de chá numa tarde de inverno, conversas deliciosas em meio a livros, projetos, papéis e amigos em outra tarde de inverno, o entardecer e a luz se transformando e transformando o espaço e algumas outras. Tenho vontade de fazer um levantamento detalhado, com muitos desenhos e fotos, fazer um registro de qualidade, pois várias soluções (na estrutura, vedações, esquadrias, etc) são muito boas. Quero voluntários (homens e mulheres determinados e sensíveis)! O rigor construtivo é notável: não existe, por exemplo recortes nos ladrilhos e nos azulejos. Não tenho dúvida de que a técnica constitui ferramenta fundamental para se conseguir qualidade do espaço construído. Com domínio progressivo da técnica, a arquitetura - posto que é arte - transcende a própria técnica: emociona, faz pensar, arrepia, as vezes choca, acolhe, transforma.

“não há concepção sem técnica, nem projeto sem matéria”
(PIÑÓN, 2006, p.126)

14 comentários:

  1. Também quero participar do levantamento... A descrição é instigante!.

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  2. Jéssica! Eu sabia que numa classe com 49 alunos de arquitetura pelo menos um (a) sentia o "algo" no estômago que eu estava falando! Você já está convocada! Os outros 48 vão sentir um dia, é uma questão de treino, muito mais do que de genética. Luz, seja bem vinda também! Você eu aredito que também sinta algo assim, na boca do estômago quando "vê" arquitetura de qualidade, ou uma exposição de arte fantástica como a dos Albers, lembra? Ainda bem que você me avisou naquela época, senão eu teria perdido. Venham! Ninguém perguntou sobre a hera crescendo no teto...

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  3. A hera foi tema de conversa com Humberto Carta após a aula de paisagismo...E sim só vendo, mas causa expectativa...

    Jéssica sobre a paixão quero compartilhar umas linhas que uma amiga me deu a algum tempo já:

    "O trabalho paciente e apaixonado é o melhor instrumento do arquiteto. A arquitetura deve ser capaz de produzir aquela indefinível emoção que chamamos de beleza"...infelizmente que não sei a fonte.

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  4. Segundo o próprio Haraldo essa hera foi obra do acaso, um dia entrou na casa um raminho grudado no teto, próximo à porta de entrada e ele deixou crescer... parte da arte é deixar rolar... hoje é um dos grandes charmes da casa.

    Trabalho paciente e apaixonado... exatamente isso! Paciente a ponto de desenhar muito e fazer maquetes elaboradas, pensar e repensar o espaço, os detalhes; de deixar uma hera entrar e esperar o tempo necessário para vê-la envolvendo toda a laje de cobertura e apaixonado a ponto de trabalhar horas a fio com a sensação de estar fazendo a coisa mais deliciosa do mundo! E a emoção que chamamos de beleza é o "algo no estômago" que eu comentei na aula.

    Garotas estou feliz de ter vocês aqui, com toda essa sensibilidade, essa paixão e a abertura que torna as coisas possíveis, que faz da nossa escola um lugar cada vez melhor.

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  5. super-andrea, tive o prazer de conhecer essa casa na última segunda-feira (dia 11/05/09), juntamente com o casal norte-americano: dr. raymond neutra tirou inúmeras fotos e peggy bauhaus tbém ficou encantada... para mim, só resta dizer q foi uma grande lição de (boa) arquitetura, assim como constatar como o haraldo é um ótimo anfitrião. isso sem contar os cachorrinhos dele: muito simpáticos e com o inglês bastante fluente! ;)

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  6. Oi Antônio! Fico feliz em saber que a experiência foi boa!

    Eu gostaria muito de ter ido, mas a obrigação da tese é um chamado mais forte neste momento! Agora mesmo, em pleno sábado estou aqui com uns oitenta livros abertos ao mesmo tempo a minha volta... mas, como você mesmo disse, "eu acredito na vida pós-tese!"

    [ ] e obrigada por participar! :)

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  7. ... e ela (a vida pós-tese) existe! só não sei se é melhor! rs.

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  8. Oi Jéssica!

    Você já viu hoje de manhã, na aula, que eu continuo com vocês! Só preciso de uns dias de imersão... para alinhavar melhor as idéias! Falando nisso, vou te enviar o material do Rino Levi antes de mergulhar novamente na tese.

    Grande abraço e obrigada. :)

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  9. se a galera naum sentiu nd depois de ver barragan, eu naum sei oq dizer....

    devem ter sentido, soh naum querem adimitir...

    ah! quero ir no leventamento tmb! fiquei curioso!!

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  10. Oi Lucas!

    Eu sabia que você também sentia "a coisa"... OK, você está na equipe. Já vou avisando: vai dar trabalho, pois teremos que desenhar TUDO! Vou combinar com o Haraldo para o segundo semestre.

    [ ]s, :)

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  11. Oii Andréa! também sou voluntária para o levantamento!

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  12. andrea, me desculpe se eu estiver errado. acredito que da mesma forma que nós do terceiro ano, os alunos do segundo foram com o professor humberto na casa do haraldo na praia, ambas feitas pelo menos arquiteto e na mesma época. A familia deles tinha contratado um argentino para construir o curitiba palace hotel, no centro, e aproveitaram o gancho pra fazer as duas casas também. Um dia na unicemp conversando com o haraldo, ele comentou que de fato o acabamento da casa não era apenas fruto de uma mão de obra de altissima qualidade mas também de toda uma reorganização da ordem construtiva. Bom, tudo isso foi pra dizer que eu cai de gaiato no seu blog mas adorei encontrar com essa casa que tenho tanta curiosidade para conhecer assim tão de cara. Voce tem mais um voluntário. Pedro

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  13. Oi Pedro! Exatamente isso: "uma reorganização da ordem construtiva"! Esse mesmo arquiteto argentino construiu o Curitiba Palace Hotel, que também é um primor e era onde a família morava. E fez as duas casas: a de praia (que vocês fizeram o levantamento com o prof. Humberto) e a de campo (que é esta aqui das fotos), que fica no Hauer, que na época era considerado campo em Curitiba... A minha intenção nesse trabalho é fomentar uma discussão mais ampla mesmo sobre o projeto e a tectônica (esta entendida como a tensão resultante da equação "como se constrói" e "como se vê" arquitetura). :) Fico feliz com mais um voluntário! [ ]s!

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